Orientação para organizar melhor a rotina de medicamentos

Enviado em: segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Quem toma algum medicamento ou muitos tipos diferentes de uma vez só, deve ficar atento a alguns cuidados para se manter seguro. Há quem tome um medicamento por dia, uma vez por semana, de seis em seis horas ou de oito em oito. Muitas vezes, manter tudo isso dentro da ordem pode ser difícil. Existem vários fatores que interferem no uso de medicamentos e consequentemente no resultado do tratamento, como por exemplo, esquecer de tomar, utilizar uma dose maior ou menor, trocar os horários, entre outros motivos.

Preparamos algumas dicas simples, mas práticas, juntamente com a neurogeriatra, Tamara Checcacci, do Hospital Federal do Lagoa, no Rio de Janeiro, que podem ajudar nesse processo. As dicas podem ser úteis para idosos, cuidadores e familiares.

Tome o medicamento como prescrito

Assim como foi prescrito pelo médico, mantenha as instruções dadas a você.  Não pule e nem acumule doses. Se está com dúvidas sobre o quanto um medicamento pode fazer bem ou não, converse com um profissional qualificado e evite ouvir terceiros.

Um medicamento indicado a você pode não fazer bem a outra pessoa ainda que ela esteja com o mesmo problema. Evite tomar qualquer medicamento que não tenha sido prescrito especificamente para você.

Em nenhuma hipótese decida a abandonar o tratamento sem buscar um acompanhamento ou a orientação de um especialista, ainda que você esteja se sentindo melhor.  “A maioria das doenças são tratáveis e controláveis na medida em que o paciente tenha disciplina e faça a adesão ao tratamento. No caso da diabetes, por exemplo, mesmo quando o paciente considera que em um determinado momento a sua glicemia está normal, ele deve levar isso ao médico. O diabetes é uma doença crônica e a melhora é esperada quando o paciente está em tratamento”, informa a neurologista.

A automedicação é extremamente perigosa podendo levar desde a piora do quadro de um paciente até consequências mais graves. “Se o paciente tiver um comprometimento nos rins e não se manter ao prescrito, ele vai ter uma metabolização e uma eliminação diferente do medicamento. Isso pode ser um problema”, reforça a médica.

Se o médico te indicou um medicamento específico, verifique ainda no consultório se é possível tomar um similar ou mesmo o genérico, se o preço for atrativo.

Você sabe a diferença entre medicamento similar e genérico?

É possível encontrar no mercado medicamentos genéricos e similares. Com relação ao tratamento, não há diferença no uso de um ou de outro. Entretanto o genérico é um tipo de medicamento que não possui marca específica; no rótulo contém apenas o princípio ativo e a embalagem é caracterizada pela letra “G”, abreviação de genérico. Já os medicamentos similares possuem marca e nome comercial. A embalagem é caracterizada de acordo com o laboratório que produz.

Mantenha a lista dos medicamentos visível

Anote o que você está tomando e quais são os horários de cada medicamento. Mantenha uma lista com você e outra em casa, a vista de todos.  Atualize a lista a cada consulta ou mudança e inclua também orientações específicas como “tomar após o café da manhã” ou “30 minutos antes do almoço”.

Sua lista deve incluir o nome exato do medicamento, se é similar ou genérico. Também anote por que você está tomando cada medicamento, caso tome mais de um, a dosagem (por exemplo, 300 mg), e quantas vezes você precisa tomar por dia. Considere dar uma cópia para um amigo ou um ente querido, que você confia, para que ele possa te ajudar, especialmente, em caso de emergência ou até mesmo quando você estiver viajando e por alguma razão, perdeu as orientações.

Faça o acompanhamento periódico necessário com seu médico

Não importa se você usa o medicamento há muito tempo, ou se é recentemente. O acompanhamento de rotina é necessário. Periodicamente é preciso reavaliar se o medicamento é a melhor opção para o paciente e rever horários, a frequência com que o paciente tomará aquele medicamento e a dosagem, segundo o neurologista com especialização em geriatria, Tamara Checcacci, do Hospital Federal do Lagoa.

“Essas coisas podem mudar e não quer dizer que, pelo fato do paciente usar aquele tratamento por um período, vai ser assim pela vida inteira. Quando prescrevo algo e eles me perguntam se é para a vida inteira, brinco: Nem o papa é para a vida toda”, a médica explica. Ela acredita que esse acompanhamento garante a eficácia do tratamento e também a segurança do próprio paciente.

Esteja ciente das potenciais interações medicamentosas e efeitos adversos que um medicamento pode trazer

Algumas pessoas são alérgicas a alguns medicamentos ou a substâncias que o compõem e ainda não conhecem. Se conhecerem, poderão conseguir gerenciar um possível evento adverso com mais facilidade. Ainda que o caso não seja de alergia, outras situações merecem atenção também,  como interações medicamentosas:

  • Um medicamento interfere na forma como outro afeta no corpo, impedindo que o resultado seja benéfico.
  • Uma preparação ou suplemento afeta a ação de um medicamento;
  • Um alimento ou bebida não alcoólica reage com o medicamento que você está tomando;
  • Uma bebida alcoólica interage com o medicamento.

Você pode descobrir isso caso aconteça com você, mas não espere o efeito dessas combinações. Saiba mais sobre possíveis interações e os possíveis efeitos adversos de seus medicamentos, mas não use a internet para isso. Converse com o médico ou farmacêutico, anote as dúvidas, faça uma lista e peça informações claras e objetivas sobre o assunto. Insista sempre para não sair do consultório sem respostas. Você ainda pode fazer isso lendo cuidadosamente os rótulos e as informações que acompanham seus medicamentos prescritos.

 

Por Gabi Kopko, com informações do FDA,  para o Blog da Saúde / Ministério da Saúde.