Glicose, dosagem
Comentários
Soro ou plasma: segundo a American Diabetes Association, a presença de um dos critérios abaixo e sua confirmação num dia subseqüente indica o diagnóstico de diabetes melito:
1) Sintomas de diabetes melito com glicemia independente do jejum maior ou igual a 200mg/dL.
2) Glicemia de jejum maior ou igual a 126mg/dL.
3) Glicemia maior que 200mg/dL após duas horas após administração oral de 75g de glicose anidra (82,5g de dextrosol) dissolvida em água (teste de tolerância).
Pacientes com glicemia de jejum entre 100mg/dL e 125mg/dL são classificados como portadores de glicemia de jejum prejudicada. Pacientes com glicemia entre 140 mg/dL e 199mg/dL, 2 horas após 75g de glicose anidra dissolvida em água, são considerados intolerantes a glicose. Leucocitose, hemólise e glicólise em amostras submetidas ao calor ou não imediatamente dessoradas podem determinar hipoglicemia espúria.
Líquido ascítico: normalmente, as concentrações no líquido ascítico são similares às do soro. Na presença de leucócitos e bactérias, há consumo da glicose e redução dos níveis: peritonites bacteriana espontânea, bacteriana secundária, tuberculosa e carcinomatose peritoneal. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.
Líquido pleural: níveis de glicose abaixo de 60 mg/dl ou 50% dos valores séricos ocorrem no derrame parapneumônico, empiema, colagenoses, tuberculose pleural e derrames malignos. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.
Líquido sinovial: normalmente, as concentrações no líquido sinovial são similares às do soro. Nos derrames articulares inflamatórios e infecciosos níveis de glicose inferiores a 50% dos valores plasmáticos são encontrados. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.
Líquor: níveis elevados podem ser encontrados na hiperglicemia plasmática. Hipoglicorraquia ocorre na hipoglicemia plasmática, meningites e hemorragia subaracnóidea. Razão glicose líquor/sangue abaixo de 0,4 tem sensibilidade de 85% e especificidade de 96% no diagnóstico da meningite bacteriana. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.
Secreção nasal: útil na investigação de fístulas liquóricas, na presença de rinorréia. A secreção nasal pode ser identificada como líquido cefalorraquidiano quando da presença de glicose na mesma. O muco nasal não possui glicose.
Urina: a glicosúria pode ser utilizada no acompanhamento de pacientes diabéticos. Crianças e grávidas podem apresentar glicosúria por diminuição do limiar renal. Não serve para monitorização do tratamento.
Observação para todas as amostras
A separação da parte fluida dos elementos figurados (hemácias, leucócitos e outras células) deve ser feita de forma imediata, para que não haja consumo da glicose presente na amostra.Outra forma de se evitar este problema é a coleta de uma fração do líquido em fluoreto.
Nota: Os ensaios somente serão válidos se as amostras forem centrifugadas logo após a coleta e refrigeradas para separação dos elementos celulares..
Método
SORO: Enzimático colorimétrico
LÍQUIDO SINOVIAL: Colorimétrico enzimático
Nível terapêutico ou Valor de Referência
SORO: - 60 a 99mg/dL
URINA: Negativo
LÍQUOR: - 50 a 80mg/dL
LÍQUIDO ASCÍTICO: Valores similares aos séricos são considerados normais. Encontram-se diminuídos nos processos infecciosos e inflamatórios.
LÍQUIDO PLEURAL: Valores similares aos séricos são considerados normais. Valores de glicose abaixo de 60 mg/dl ou 50% dos valores séricos ocorrem em processos infecciosos e inflamatórios.
LÍQUIDO SINOVIAL: Valores similares aos séricos são considerados normais. Encontram-se diminuídos nos processos infecciosos e inflamatórios.
Condição
SORO:
Soro ou plasma (Fluoreto).
Jejum: 8h a 14 horas para adulto. Criança: conforme orientação médica.
URINA:
Urina (jato médio da 1a urina da manhã - urina 12h - Urina 24h).
LÍQUOR:
Líquor.
LÍQUIDO ASCÍTICO:
Líquido ascítico.
LÍQUIDO PLEURAL:
Líquido pleural.
LÍQUIDO SINOVIAL:
Líquido sinovial.